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Hanseniase

A hanseníase é uma doença crônica, infecto-contagiosa, causada por uma bactéria denominada Mycobacterium leprae. A doença afeta a pele e os nervos. Quase todo o corpo pode ser acometido, mas as regiões mais afetadas são as extremidades (braços, mãos, coxas, pernas, pés) e a face. Quando não tratada, a doença pode causar deformidades que incapacitam o indivíduo para o trabalho e socialmente. Hanseniase

A hanseníase aflige a humanidade desde a antiguidade. No passado era comum em todos os continentes, e deixou uma imagem assustadora de mutilação, fazendo com que os portadores da hanseníase sofressem rejeição e segregação por parte da sociedade.

No momento atual, depois da introdução do tratamento poliquimioterápico, da Organização Mundial de Saúde (PQT-OMS), podemos afirmar que a hanseníase tem cura.

O diagnóstico precoce, o tratamento regular e o acompanhamento da equipe médica poderão impedir o aparecimento das deformidades incapacitantes, modificando a imagem da doença no Brasil e no mundo.

A hanseníase se pega somente de uma pessoa infectada apresentando forma contagiante, isto é, que esteja eliminando os bacilos de Hansen pelas vias respiratórias e que não esteja fazendo tratamento (quando inicia o tratamento deixa de transmitir). Entretanto, a maioria das pessoas, mesmo entrando em contato com o micróbio, não adoece porque tem uma resistência natural Existem formas de doença que não são contagiantes. A doença, de qualquer leito, não se pega num aperto de mão, num abraço ou usando diversos utensílios como copos, talheres ou pratos, compartilhados pela família. O bacilo de Hansen só ataca o ser humano. A maioria das pessoas quando entra em contato com o bacilo não desenvolve a doença. As populações mais pobres estão mais sujeitas não só a contrair hanseníase mas também todos os tipos de doença.

Nenhuma pessoa nasce com hanseníase. Se o pai ou a mãe tem hanseníase, seu bebê nasce sem a doença. Se os pais não fizerem tratamento adequado para a doença, ai sim a criança poderá apresentar hanseníase alguns anos mais tarde.

Quando suspeitar de hanseníase?
Um caso é suspeito de hanseníase quando uma pessoa apresenta um ou mais dos seguintes sinais:

Uma ou mais manchas esbranquiçadas ou róseas, ou mesmo avermelhadas e acobreadas, que tenham alteração na sensibilidade (dormência).

Qualquer área do corpo com alteração da sensibilidade, principalmente mãos e pés. Em alguns casos pode haver também diminuição da força muscular

Danos físicos que a doença pode causar
Se a doença não for tratada no início, podem aparecer mais manchas ou se tornarem maiores e ficarem mais dormentes. O nariz entope, surgem formigamentos nas mãos e pés, ou inchaços nas mãos, pés, rosto e orelhas. Em alguns casos, os homens podem ficar estéreis. Devido á dormência, a pessoa pode se ferir nas mãos e nos pés, e por não sentir surgem lesões nas áreas dormentes. Pode ser necessária atenção especial para os problemas nos olhos.

Com o tratamento precoce e adequado, com orientação ao portador de hanseníase e por meio de técnicas simples de prevenção de incapacidade, os agravos físicos podem ser evitados e até curados. Em todo o tratamento, é necessária a orientação de profissionais competentes.

Manifestações clínicas
As formas de manifestação da hanseníase dependem da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença. Esta resposta pode ser verificada através do teste de Mitsuda, que não dá o diagnóstico da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença:

  • Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.

    Hanseníase indeterminada

  • Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.

    Hanseníase tuberculóide

  • Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.

    Hanseníase borderline

  • Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.

Hanseníase virchowiana

A hanseníase pode apresentar períodos de alterações imunes, os estados reacionais. Na hanseníase borderline, as lesões tornam-se avermelhadas e os nervos inflamados e doloridos. Na forma virchowiana, surge o eritema nodoso hansênico: lesões nodulares, endurecidas e dolorosas nas pernas, braços e face, que se acompanham de febre, mal-estar, queda do estado geral e inflamação de órgãos internos. Estas reações podem ocorrer mesmo em pacientes que já terminaram o tratamento, o que não significa que a doença não foi curada.

Tratamento
A hanseníase tem cura. O tratamento da hanseníase no Brasil é feito nos Centros Municipais de Saúde (Postos de Saúde) e os medicamentos são fornecidos gratuitamente aos pacientes, que são acompanhados durante todo o tratamento.

A duração do tratamento varia de acordo com a forma da doença: 6 meses para as formas mais brandas e 12 meses para as formas mais graves.

A pessoa que está fazendo tratamento de hanseníase pode e deve ficar junto de sua família, no trabalho, na escola, sem sofrer separação ou rejeição. Todo portador de hanseníase, mesmo os que tem formas contagiantes, deixam de contagiar as pessoas assim que iniciam o tratamento, Por isso, o tratamento é feito em ambulatório e o portador de hanseníase deve continuar a realizar suas atividades normalmente,

Todos os pacientes que fazem tratamento regular devem continuar trabalhando normalmente. A legislação sanitária afirma que é dever dos profissionais da saúde "garantir a manutenção dos doentes no trabalho, independente da forma clínica observada".

Direitos e deveres do paciente?
Os pacientes de hanseníase têm todos os direitos assegurados como qualquer cidadão, além dos que lhe são garantidos pelas portarias ministeriais, que são os seguintes:

a) Portaria no 724/eM, de 6/7/93, que instituiu o Comitê Técnico-Assessor de Dermatologia Sanitária, onde o Morhan participa como membro integrante.

b) Portaria n0 8141CM, de 22/07/93, que regulamenta o tratamento da hanseníase no país (D.O. 4/8/93).

Quanto aos deveres, os pacientes também devem ser alertados quanto á sua parcela de responsabilidade no tratamento, pois sem isso não haverá controle da infecção, nem cura da doença e nem eliminação do problema no país. Para outras informações procure o centro de saúde mais próximo de sua casa ou ligue para o TELEHANSEN® 0800262001

Quanto tempo demora o tratamento?
O tempo de Tratamento depende se a pessoa tiver menor quantidade de bacilos (Formas Paucibacilares), o tratamento Poliquimioterápico (PQT) demora 6 meses ou 6 doses. Se tiver maior quantidade de bacilos (Formas Multibacilares), 1 ano ou 12 doses para a cura. A PQT é doada para o Brasil pela Organização Mundial de Saúde, e tem que estar em todos os municípios gratuitamente.

Mais informações por meio do serviço Disque-Saúde, do Ministério da Saúde, pelo telefone: 0800-61-1997 ou pelo serviço Telehansen também presta esclarecimentos à população. O telefone é 0800-262001 é gratuita de qualquer localidade do país e o funcionamento é de segunda à sexta, das 8h00 às 22h00.